MP5 - Guarda noturno

João Carlos é guarda-noturno no Clube de Campo de uma pacata cidade no interior do Paraná. Durante o dia, passam pelo clube gente de todas as idades. Alguns para jogar bola, outros apenas para conversar, mas todos muito tranquilos e educados. Tirando uma ou outra molecagem de criança, muitas vezes resolvida entre as próprias crianças, a equipe de segurança não tem muito trabalho. Manuel, o supervisor da equipe, vem as quartas e sábados para acompanhar as atividades e montar seus relatórios.

À noite a situação é ainda mais tranquila. A tarefa de João Carlos é caminhar pelas dependências com uma lanterna. Em vinte anos de trabalho, nunca ouve nenhum imprevisto. A tentação de encostar na guarita e tirar um cochilo é sempre grande. João sabe que não deve fazer isso e o café é seu maior aliado para não dormir em serviço. Manuel nunca vêm durante a noite. Até as corujas dormem durante a noite do paranaense. O Clube de Campo é o lugar mais calmo do mundo.

De repente, alguém bate no portão. João Carlos está com a chave pendurada no pescoço. Rapidamente abre a pequena janelinha de ferro no centro do portão e vê o supervisor do lado de fora. Manuel pede para entrar. João Carlos percebe que o homem carrega uma mochila. Apesar de inusitada, o vigia sabe que a visita do chefe é prevista nos procedimentos da segurança. Valeu a pena não dormir naquela noite.

Manuel entra no Clube e pede que João o acompanhe até a guarita. Chegando lá, o supervisor puxa a cadeira e faz um gesto para que o vigia se sente. Coloca a mochila sobre a mesa e tira um pacote de frios, pães fresquinhos e um farto pedaço de bolo. 
- João, faça um lanchinho e aproveite para descansar. Hoje eu faço a guarda noturna!

Mensagem captada pela Parabólica de Lucas 12.35-40